Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro grava mensagem de paz com o clássico “Concerto de Aranjuez”

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Os primeiros arpejos de violão que abrem o segundo movimento do “Concerto de Aranjuez” (Joaquín Rodrigo, 1939) tocam o ouvinte com um misto de paz e melancolia. “Qualquer momento de dificuldade e incerteza encontra eco em determinadas músicas que nos permitem elaborar sentimentos de dor. O concerto de Rodrigo é um desses casos”, diz o violonista Fábio Zanon sobre fazer o solo em uma das obras mais populares do repertório clássico universal, no momento em que o mundo atravessa a pandemia de Covid-19.

Nascido em Jundiaí/SP, com mais de 40 concertos e formação no Brasil e em Londres, Zanon se junta a 43 músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional

Claudio Santoro (OSTNCS) e, sob a regência do maestro Cláudio Cohen, produzem um vídeo com a joia da música erudita espanhola para ser veiculado nas redes sociais da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), do Instituto Cervantes e da embaixada da Espanha. “Rodrigo foi muito feliz na concepção dessa peça num momento especialmente triste para ele, pessoalmente”, conta Zanon.

O instrumentista se refere ao fato de que Aranjuez – que dá nome ao concerto para violão mais popular do século 20 – é a cidade a 50 quilômetros de Madri onde o compositor passara felizes momentos em lua de mel. Paradoxalmente, no momento da criação da peça, havia acabado de perder um lho no parto da esposa.

O contexto era o de ascensão do fascismo, referência que ganha legenda no VT pela alusão à tela “Guernica” (1937), de Picasso, um protesto da arte contra o bombardeio da cidade de mesmo nome, naquele ano, pelos nazistas na Guerra Civil Espanhola. Cego desde a infância, Joaquín Rodrigo foi responsável por dar ao violão o status de um instrumento sinfônico, ensina Zanon.

“Até os anos 20, pairava um ponto de interrogação sobre o violão, que não era

considerado muito apropriado para as salas de concerto – seja pelo pouco volume, pela falta de repertório ou porque tinha reputação duvidosa dada a sua popularidade”, acrescenta o solista, que já se apresentou nos principais teatros em mais de 50 países e é, segundo o regente da OSTNCS, “nosso principal violonista da atualidade”.

Fonte: Governo DF

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