Ouvir música durante a gestação ajuda a criar uma conexão com o bebê

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Interação deve começar a partir da vigésima semana de gestação, quando o bebê desenvolve o sistema auditivo

É unânime: praticamente todas as mulheres grávidas já ouviram falar sobre os benefícios de ouvir música durante a gestação. Mas sempre surgem dúvidas como que tipo de músicas ouvir, quais as vantagens para o bebê, se é mesmo importante escutar música durante esse período e por quanto tempo se deve fazer isso.

Embora o efeito Mozart – que diz que os filhos de mães que escutam música clássica durante a gestação são mais inteligentes – nunca tenha sido provado, diversos estudos e pesquisas científicas mostram que ouvir música na gravidez é vantajoso tanto para o bebê quanto para a mãe.

A ginecologista e obstetra Roberta Herrera explica que ouvir música durante a gestação ajuda a mãe a criar uma conexão com o bebê. “Se a gestante tem prazer em ouvir música, o bebê também sentirá prazer neste momento. A rotina da gestante pode incluir música para que ela aproveite esse momento para acalmar a mente, sentir o bebê, conectar-se com a situação. Isso é muito bem-vindo e positivo para os dois”, explica.

Ainda segundo a especialista o estilo de música – mais agitada ou mais calma – não influencia diretamente o comportamento do bebê. O importante é que aquele som faça bem à mãe e traga sensações boas a ela, e isso será transmitido ao bebê. “O que sugerimos é que cada gestante possa sentir o que lhe traz bons sentimentos, paz, felicidade e não seguir regras”, acrescenta Roberta.

A recomendação é que a prática de ouvir música com o bebê comece a partir da vigésima semana, período em que eles começam a desenvolver a capacidade auditiva. Nessa fase, as mães devem começar a conversar com o bebê, sempre falando de forma carinhosa, e colocar músicas para ouvirem juntos ou cantar.

“Parar alguns minutos por dia para ouvir de fato uma música, prestando atenção na letra, na melodia, nas emoções que vão surgindo e na forma como o corpo reage é uma experiência que ajuda a mulher a se conectar com o momento que está vivendo e, consequentemente, reduz a ansiedade e o estresse. Mãe tranquila e relaxada também acalma o bebê, mesmo dentro da barriga. Como após a vigésima semana de gestação o bebê já é capaz de ouvir sons externos, ele poderá associar a música ao relaxamento”, explica a doula Maria Alice Manhani Godoy.

Grávida de 21 semanas do primeiro filho, Otávio, Natália Caroline Clementin começou nesta semana o processo de ouvir música com o bebê. Durante um curso para mães de primeira viagem, a futura mamãe foi instruída a ter esse momento mais íntimo e tranquilo. “Coloco música clássica e de bebê mesmo, mas aprendi que posso colocar qualquer tipo de música que eu gosto. Quando estamos nesse momento eu relaxo e durmo, acredito que ele [bebê] durma também. Além disso li alguns artigos que dizem que ouvir música aumenta a atividade cerebral do bebê e eu acho importante isso”, conta.

Esse fato de que a música aumenta a atividade cerebral já foi confirmado cientificamente. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Helsinki, na Finlândia, e publicada na revista Plos One, comprovou isso. Segundo os pesquisadores, as crianças que ouviram músicas durante a gestação foram expostas a ela logo após o parto e, novamente, aos quatro meses de idade, para que fossem avaliadas suas reações. A análise mostrou que elas conseguem reconhecer uma melodia mesmo algum tempo depois do parto, mostrando que seu cérebro tem capacidade de guardar memórias adquiridas ainda dentro do útero da mãe.

Benefícios da música na gravidez

Melhor qualidade de vida

Ouvir música durante a gestação pode trazer diversos benefícios para a mãe. Quando o bebê assimila a música que está sendo tocada, uma sensação de tranquilidade e conforto é produzida, deixando-o mais calmo e, consequentemente, a mãe sente menos desconforto. Alguns especialistas acreditam também que a música ajuda a eliminar cólicas e outros sintomas desagradáveis que ocorrem na gestação

Bem-estar

Gestantes que escutam música por pelo menos 30 minutos durante o dia conseguem melhorar sintomas de ansiedade, estresse, insônia e hipersensibilidade. Isso acontece porque a música tem o poder de influenciar física e mentalmente uma pessoa. Ela também eleva a autoestima, fazendo com que a mulher se sinta mais bonita e atraente

Aproximar os pais da criança

Cantar para o bebê também influencia o bebê que está para nascer. E o melhor de tudo é que, além de estimular, essa prática também é uma maneira de ir inserindo o tom de voz da mãe e do pai na rotina da criança. Além disso, a voz da mãe deixa o bebê mais seguro e tranquilo, visto que ela será o primeiro tom reconhecido por ele

Acalma o bebê depois do nascimento

As músicas escutadas na gestação podem ser usadas como uma excelente ferramenta após o nascimento da criança. Isso porque aquelas músicas ouvidas enquanto o bebê ainda estava na barriga da mãe poderão ser reconhecidas pela criança no futuro. Especialistas dizem que os bebês carregam uma memória auditiva de até quatro meses anteriores ao parto

Estímulo à memória afetiva

Além dos benefícios às gestantes, ouvir música com o bebê logo após o nascimento até os primeiros anos de vida ajuda na criação da memória afetiva da criança. No âmbito da primeira infância (de zero a 3 anos), costuma-se cantar para a criança dormir e isso ajuda no desenvolvimento do grau de concentração infantil.

Grávida de 40 semanas da primeira filha, a professora Aline Maria Miguel Kapp Barboza se lembra dos momentos em que sua mãe cantava para que ela dormisse. Sentimento de carinho e afeição que ela pretende repetir com a filha Cecília. “Minha mãe sempre cantou para mim e lembro que quando minha irmã nasceu víamos minha mãe cantando e também cantávamos para ela se acalmar. Meu marido toca violão e durante toda a gravidez cantamos para a nossa bebê e queremos continuar com esse hábito”, diz.

É na primeira infância que a criança mais aprende e de maneira mais efetiva. Por isso, as primeiras experiências de aprendizagem são fundamentais para o resto da vida.

Mãe da Antonella, de 11 meses, Natália Canevazzi conta que sempre se preocupou com o desenvolvimento da filha, antes mesmo de ela nascer. Entre as atividades que ela faz para auxiliar no desenvolvimento da criança está a música. “Sabendo dos benefícios que ouvir música desde a gestação traz para o bebê, eu criei o hábito de ouvirmos todos os dias. Assim que ela nasceu, continuei com essa rotina, principalmente quando ela está mais agitada, e percebo que ela se acalma e presta muita atenção na música”, conta.

Fonte: Diário da Região

 

 

 

 

 

 

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