Presidente da Funarte anuncia Sistema Nacional de Orquestras Sociais e orçamento para 2020

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Segundo Dante Mantovani, foco do órgão será atender as cidades do interior do país.

O presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), o maestro Dante Mantovani, anunciou nesta quinta-feira (16), no Centro do Rio de Janeiro/RJ, que a instituição vai ter um orçamento de R$ 38 milhões para investir na arte brasileira em 2020. Ele também detalhou projetos que prometeu executar com os recursos.

Segundo Mantovani, o valor representa um aumento de R$ 26 milhões em comparação com o orçamento de 2019.

A Funarte é um órgão ligado ao Ministério da Cidadania e responsável pelo desenvolvimento de políticas públicas de fomento a artes visuais, música, circo, dança e a teatro. Mantovani também disse que o foco para esse ano será as cidades do interior do país e o incentivo a novos artistas.

Um dos projetos lançados é o Sistema Nacional de Orquestras Sociais, que pretende desenvolver um programa de orquestra-escola em todas as regiões do Brasil. A ideia é utilizar a música para ajudar a erradicar a violência, a pobreza e o analfabetismo.

“A orquestra é um polo educacional com mais de 500 anos de criação. Um plano de sucesso que se expandiu da Europa para todo o mundo. É um plano de cultura que dá certo no mundo inteiro. As crianças e os jovens em vulnerabilidade social, que entram na vida do crime e das drogas, ele entra porque não vê opção. Quando ele vê na música uma opção, ele segue esse caminho”, comentou Mantovani, que disse se inspirar na Áustria ao tratar das orquestras.

O presidente da Funarte disse que o programa já está em funcionamento e que a meta é levar a iniciativa para o maior número de cidades possível.

“Não sabemos se vamos chegar a todas as cidades do Brasil porque temos mais de 5 mil cidades. Essa é a nossa meta, mas como ponto de partida nós já temos oito pólos. Rio de Janeiro, São Paulo, com 36 cidades, o Vale do Jequitinhonha, a Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Norte do Paraná, a Região Centro Oeste do Paraná e Santa Catarina” detalhou o maestro, que disse estar indo para Belém em fevereiro para prospectar um novo polo no Norte.

Entre os projetos da Funarte, outros destaques são:

Rede Nacional de Conservatório de Arte

Programa Arte e Patrimônio Cultural

Programa de Valorização do Artista

Projeto de Valorização do Canto Orfeônico

Projeto Bandas de Música

Rio Capital Mundial da Arquitetura

Questionado se os programas mais ligados a música clássica e a valorização de orquestras não poderia afastar os jovens brasileiros, o presidente da Funarte disse que esses projetos são inclusivos e que ele acredita que todos vão querer participar.

“Eu acho que esses projetos vão aproximar as pessoas da música. O fato de ter um músico a frente da instituição é importante. Em todos os lugares onde eu levo essas ideias, as pessoas têm um grande interesse. O que acontece é que a cultura orquestral integra tudo, inclusive é popular. Na verdade, a orquestra é o organismo musical mais democrático que existe. Ele abrange todos os instrumentos, grupos e vertentes. Nosso projeto é inclusivo e nós vemos as pessoas querendo ser incluídas”, comentou.

O presidente da Funarte também disse que pretende trazer empresários para investir em novos artistas. Segundo o maestro, o foco será incentivar artistas periféricos.

“Queremos trazer os empresários para esses projetos. Existem várias formas. Se você quiser doar o seu Imposto de Renda, você como pessoa física, pode. Os empresários também podem, com uma parcela menor. E temos a Lei Rouanet na esfera federal. Além disso, tem as leis estaduais de incentivo à cultura. Toda essa cultura de mecenato, que deixou de existir quando a indústria começou a assumir e os artistas que não têm ligação com a indústria, ficaram excluídos. A gente tá tentando incluir isso tudo, junto com o empresário”, explicou.

Lei Rouanet

Mantovani comentou também que o Presidente da República, Jair Bolsonaro, vem valorizando a cultura e incentivando a aplicação de recursos através da Lei Rouanet. Na opinião do maestro, o instrumento de incentivo é positivo, mas sofre preconceitos e deve ser aprimorado.

“A Lei Rouanet é boa. Ela tem que ser aprimorada, como está sendo. Foi ampliado o teto de captação, como nunca antes, para R$ 10 milhões. A administração Bolsonaro está valorizando a arte como nunca antes na história do Brasil”, comentou Mantovani.

Polêmicas

Nomeado no final de 2019 para comandar uma das fundações mais importantes de incentivo à arte no Brasil, o maestro Dante Mantovani esteve envolvido em algumas polêmicas com a classe artística brasileira, antes mesmo de tomar posse.

Em um post em uma rede social, o atual presidente da Funarte disse que livros didáticos estão cheios de músicas de Caetano Veloso, Gabriel O Pensador, Legião Urbana. Para ele, esse seria um dos motivos do alto índice de analfabetos no país.

“Depois não sabem por que está todo mundo analfabeto”, escreveu ele em sua conta oficial do Twitter.

Em um vídeo, o maestro defende que houve uma infiltração do então Serviço de Inteligência Soviético na indústria fonográfica americana nos anos 60.

E chega à seguinte conclusão: “O rock ativa a droga, que ativa o sexo, que ativa a indústria do aborto. A indústria do aborto, por sua vez, alimenta uma coisa muito mais pesada, que é o satanismo. O próprio John Lennon disse abertamente, mais de uma vez, que ele fez um pacto com o diabo”, disse o Mantovani.

O presidente da Funarte também já defendeu a teoria da Terra plana. Ele comentou: “Prove que a Terra é uma bola de água giratória. Aposto que vai adiar essa prova ad eternum e citar como fonte inquestionável o estúdio fotográfico da Nasa, que tem sim ótimos desenhistas, alguns inclusive que já revelaram as fraudes praticadas por lá”.

Sobre seus objetivos como presidente do órgão, o maestro disse que vai buscar resgatar os grandes artistas brasileiros e universais.

“Minha gestão à frente da Funarte será pautada pela valorização e resgate dos grandes artistas brasileiros e universais; pela interiorização da arte e pela elevação de nossos patamares de excelência artística, em especial nos corpos estáveis de ópera, ballet, teatro, orquestras, bandas e corais”.

Fonte: G1

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